O Teatro Mágico (TM) é uma das bandas do cenário de música independente que vem melhor se adequando às mudanças que a indústria fonográfica vem sofrendo com o advento da internet.
O vocalista e líder do grupo, Fernando Anitelli, é um dos criadores do movimento MPB - Música para Baixar (conheça o site aqui), promovendo a democratização da cultura, o conceito de licenças livres, a reformulação da lei de direito autoral e a criminalização do famoso jabá das rádios e TVs. Com esse discurso o grupo de músicos e artistas circenses vem formando uma legião de fãs por todo o Brasil. "Conecte-se com o mundo e com seu público.", postula Anitelli como pré-requisito para o sucesso e satisfação em qualquer projeto.
"A gente não toca em nenhuma rádio carioca." (Não é preciso explicar o porquê, certo?!)
Recentemente, li uma matéria que trazia uma profecia interessante sobre o mercado fonográfico, afirmando que a antiga estrutura de funcionamento do negócio que privilegiava as grandes gravadoras e acentuava as patotas ou panelinhas entre os produtores, artistas e empresários agora dá lugar ao CONHECIMENTO... Isso mesmo! Segundo o artigo, o que vai definir os rumos de um projeto a partir de agora não é QUEM VOCÊ CONHECE, mas sim O QUE VOCÊ SABE. (para ler o artigo clique aqui)
A trupe entendeu o conceito web 2.0 de interatividade a qualquer custo e sabe usar as novas ferramentas em seu favor. Promove promoções, parcerias e interação direta com o público. "O público que vai dizer: 'Cara, eu vou fazer fila pra te ver!'", afirma o vocalista do TM.

Antes de realizar apresentação na Fundição Progresso, na última sexta-feira, dia 16, no Rio, Anitelli respondeu as perguntas do SRZD e da imprensa presente. As declarações dão contorno nítido do que o grupo se propõe a fazer fora dos palcos:
"Quando a gente fala da música livre a gente fala do pensamento livre."
"Música livre é poder debater a questão do jabá nas mídias de massa.""A gente não toca em nenhuma rádio carioca." (Não é preciso explicar o porquê, certo?!)
As críticas de Anitelli em relação a transparência do ECAD na arrecadação e pagamento dos direitos decorrentes da execução pública são severos. O vocalista acredita que existem diversos vícios na instituição e que ou se cria uma fiscalização para avaliar a conduta do ECAD, ou deve-se começar do zero com a criação de um novo órgão especializado.
Depois de venderem 200 mil cópias do primeiro disco, 80 mil do segundo trabalho, e 50 mil cópias do primeiro DVD ingressaram em parceria com o instituto Itaú Cultural viabilizando no ano passado a gravação do segundo DVD, "Teatro Mágico: O Segundo Ato".

Com todos esses exemplos é de se admirar o empenho e a ideologia proclamada por esta simpática trupe. Afinal, eles mostram na prática que o sonhado contrato com as grandes gravadoras, que ainda abriga a mente de muitos jovens músicos, talvez não seja tão recompensador quanto parece. E além do mais, "se eu posso fazer sozinho, por que esperar que o façam por mim?!".
O grito de guerra agora é "Independência ou morte!", e bandas como o Teatro Mágico estão comprando essa briga, e saindo de cabeça erguida carregando troféus.
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